Esvaziando o poço
Vai de balde o moço
Buscando água viva,
Debalde a dor sofrida
Da moça que chora,
Que ontem foi embora.

De coração vazio
Lá sofrendo o menino,
Levando o balde cheio
Da saudade que veio;
Na água do velho poço
Vai lavar seu desgosto.

Cá na roça vida é assim,
Arar e plantar sem fim.
Mas o amor do moço e a moça
É uma frágil leve louça:
A água lava a saudade,
Da terra brota a verdade.