Eles se conheceram já maduros, já vividos da vida. Porém, dizem os grandes sábios chineses, árabes , gregos e etc.: a vida é para ser vivida até o último suspiro.
    Eles se reconheceram já no primeiro instante. Ja vividos da vida. Souberam naquele momento, cada um por si, que ali o destino batia à porta da felicidade deixando-a delicadamente entreaberta, para sempre.
    Eles se beijaram e apaixonadamente se amaram já maduros, já vividos da vida. O tempo corria impávido, não havia tempo.
    Eles quiseram saber tudo um do outro, tudo que viveram para chegarem a este encontro invernal, já maduros, já vividos da vida, mas, em verdade, sabiam mais do que precisariam.
    Eles envelheceram juntos, e já para lá de maduros viram juntos as folhas secas de suas árvores despencarem lentamente. Acariciaram-se como se acaricia um amor em despedida, e, como diria Affonso Romano de Sant’Anna, simplesmente gastaram-se...