É meio melancólico despedir-se de um livro,
Principalmente daqueles que nos agarraram
Pelas abas da mente,
Envolventes
Qual chave de pernas femininas,
Fazendo-nos devorar suas páginas.
Como em cópula de máximo prazer e amor,
Reluto, resisto, vou lendo cada vez mais devagar,
A adiar o derradeiro momento,
inevitavelmente óbvio e orgastico,
Da chegada enfim do fim.
Fecho-o e o contemplo;
Depois dele nada será como antes.
Mas como um amante compulsivo,
Logo sem remorsos fico, e penso:
Entao assim será, até o próximo amor...
E vou vivendo minha vida de leitor.