Solitário em sua cadeira de praia,
sua barraca de praia, do alto de uma duna,
mirando no mar, o horizonte,
libera as notas musicais
ao sabor da brisa refrescante
que acaricia o quente metal do sax.
Tal qual um príncipe
que sabe o valor do seu domínio,
o músico, alheio ao descaso
dos que passam lá embaixo,
concentrado continua desfilando sua arte.
O som da música misturado com
o farfalhar das ondas,
as alegres vozes das crianças
e o animado bate papo dos amigos,
com sua melancolia, parece não combinar.
Mas, prestando atenção nas crianças
jogando lixo no chão:
palitos, canudos, copinhos;
adultos largando nas areias
latinhas de cerveja e a sujeira
de seus restos de comida,
percebemos que sim, combina.
Combina com a tristeza que emana
dos sentimentos de culpa
de todos ao mesmo tempo,
culpa nenhuma...